Sunday, October 10, 2010

Acaso

ela era de Vénus, ele de Marte. não se teriam conhecido não fosse a viagem só de ida ao planeta Terra. ela para começar de novo, ele simplesmente para seguir a caminhada. ela queria andar descalça na areia molhada, dançar ao som da chuva, comer pipocas na última sessão de cinema. ele não sabia o que queria. ela vivia melhor de dia do que noite e encontrava um arco-íris no centro de cada chafariz. ele tinha medo da luz do dia e do reflexo das coisas verdadeiras. ela cantava por tudo e por nada e achava que todos os lugares tinham uma música qualquer a soar no horizonte. ele não sabia músicas de cor mas reconhecia todos os sons da natureza.

cruzaram-se numa rua sem saída num domingo que tinha tudo para ser igual aos outros. ela, que não gostava de ficar sem norte, pediu-lhe indicações. ele, que não sabia o que queria nem para aonde ia, resolveu perder-se com ela.


nesse domingo e nos seguintes.

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