Sunday, March 22, 2009

Palavras Soltas

não te falei,

dos domingos ao relento, iluminados pela doce quietude dos momentos inquebráveis; dos livros que li e de todos os que aguardam por uma oportunidade; das músicas que acompanharam os muitos caminhos que escolhi e de todas as outras que me resgataram num instante qualquer; dos dias regados pela chuva, com cheiro a terra molhada; das noites cravadas de estrelas e de promessas que jamais se cumpriram.

falei-te de Amor, meu amor,

e da espera (vigilante, atenta, tranquila) que vivemos para o descobrir, enfim.

Sunday, March 08, 2009

Demais

pensava que os dias viriam sempre acompanhados do tic-tac do relógio. enganei-me.

se há dias que nos fogem num ápice, a mostrar que a vida não espera por uma segunda oportunidade; há dias que ficam repousados na penumbra de um resgate que não chega.

foi um dia assim, maior que o próprio tempo, que me apanhou desprevenida. um dia que, ao nascer, não saudou o sol nem se despediu das estrelas, pois sentia-se demasiado só para querer a companhia dos astros. um dia com tantas pessoas quantas aquelas que não desejava ver, nem ouvir, pois apenas o som do silêncio parecia acalmar o turbilhão inquieto das feridas que voltaram a abrir.

um dia que durou mais do que as 24 horas ditadas pelo destino. um dia que não se cansou mesmo com a dormência causada pela intensidade que vivia dentro de si. um dia que não quis passar sem a certeza de ser recordado, um pouco mais adiante.