Sunday, October 07, 2007

Instantes que decidem...

e ele sentiu, enfim, que as palavras se tinham esgotado. desta vez, tinha razão. já nada mais havia a dizer. mas mesmo assim abraçou-a, prendeu-a nos seus braços até ficar com eles dormentes. depois disso, abraçou-a, mais uma vez, com o olhar. como fazia quando ela o procurava em busca de conforto.

mas desta vez, não a encontrou, naqueles olhos pequeninos. quem estava ali era a desilusão disfarçada de menina. quem estava ali era a dor de quem perde, de quem se perde. irremediavelmente.

por isso, já nada mais havia a dizer. aqueles pequenos grandes olhos já diziam tudo e essas palavras ecoavam naquela sala que, entretanto, se calara para os escutar. para ouvir aquele silêncio triste que rompia a madrugada. ele, por instantes, sentiu que a própria Lua se tinha escondido. ali e lá fora não havia mais nada. apenas o Tempo que, mesmo assim, não interrompeu a sua marcha. como se lhes quisesse mostrar que a vida não se interrompe.

No comments: