Tuesday, January 12, 2010

Quero-te muito

hoje, ao sair da cama, tropecei na tua ausência. passaram duas horas desde que saiste, ainda de madrugada, com o meu cheiro entranhado no calor do teu abraço. não te disse, mas pressenti que ficaste a olhar-me durante algum tempo, demasiado tempo, até te lembrares que a vida chamava de novo por ti.

não quiseste esperar. partiste sem demora, sem vacilar. dizes que os sonhos adiam a vida. e eu prefiro os sonhos do dia-a-dia. os encontros e desencontros, inesperados ou planeados, a surpresa de uma descoberta e o gosto doce de uma vitória. o tudo ou nada, perder e ganhar. o céu é o (meu) limite.

mesmo sabendo isto, preferiste ir embora. logo hoje, que te queria ao acordar. nem precisavas de falar (como tanto gostas) ou fazer-me rir (como eu gosto). queria-te, simplesmente, neste momento sem repetição, nem fotos para contar uma história. queria-te.

não sei se pensaste em voltar para trás ou se esboçaste um sorriso no caminho para casa, se te lembraste de mim enquanto ouvias a tal música ou se fizeste planos a dois para o cinema que estreia amanhã. sei o vazio que deixaste, o rasto de saudade que ficou esquecido em todas as gavetas, e os livros perdidos no sofá que é só teu.


não te preocupes, amor, guardo aqui o teu coração, junto ao meu, para saberes sempre onde o encontrar.

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