se, na noite anterior, ela tivesse pousado o despertador na cabeceira, se a cama no dia seguinte não estivesse confortável, se o duche não se tivesse prolongado mais do que o habitual, se não tivesse tropeçado na roupa por arrumar, se a chuva não a tivesse obrigado a procurar pelo chapéu, guardado no fundo de uma gaveta, se não se tivesse esquecido do telemóvel em cima da mesa,
se a noite de copos, risadas e amigos não se tivesse prolongado, se o despertador não o tirasse dos sonhos tranquilos de uma noite sem sono, se não tivesse marcado aquela entrevista, quase de madrugada, se tivesse apanhado a boleia do vizinho do 5º esquerdo uma hora mais tarde, se o carro não estivesse esquecido numa oficina sem prazos,
não entrariam naquele metro, separados, para saírem uma hora depois, juntos, no coração da cidade.
ela chama-lhe destino,
ele uma coincidência.
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