Sunday, July 24, 2011

Num destes dias

Se eu e tu fossemos mais do que modo condicional de amar seríamos um tango. Vermelho paixão rendido ao branco para sempre. Se acreditássemos em castelos sem areia, cavalos brancos ao fim da tarde, andorinhas num colo sem dono, janelas com vista para a lua, haveria sempre primavera ao virar da esquina. Se nos tentássemos ser mais dia, menos noite, nenhuma estrela precisaria de cair para o desejo virar promessa. E todas as madrugadas adormeceriam aninhadas entre o meu sorriso e o teu ombro. Se tu quisesses, e eu tivesse o sim na ponta do coração, o sofá poderia ser – nosso – chão, tecto e casa. Se o simples fosse mapa do tesouro, e vento apontasse para norte, seríamos poetas, trovadores, nómadas em terra de alguém. Seríamos faz de conta que afinal é verdade. Salteadores de palavras escondidas no fim do arco-íris. E saberíamos, quase sem hesitar, que é lá onde o ‘nós’ aguarda por resgate.

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