Sunday, June 20, 2010

O amor também se veste de branco

era um amor que vivia das recordações de um dia de verão, que saltava à corda com as memórias de infância e que nem se deu conta que afinal o tempo passa. era um amor feito dos sorrisos de outrora, da primavera e dos seus pólens, de bancos de jardim acabados de pintar. era um amor arrebatado num fim de tarde tendo apenas o mar como testemunha. era um amor que acreditava em infinito, que se embrulhava de estrelas para dar de presente à alvorada. era um amor que julgava que todas as coisas eram possíveis mesmo quando os outros diziam que não. era um amor sem desviar o olhar do caminho e que corria livre na areia queimada. era um amor que brincava sem fazer de conta porque sabia que a vida traz surpresas inesperadas. era um amor que se alimentava de pequenos gestos, por isso acordava bem cedo para os coleccionar logo pela manhã.

era um amor que um dia esteve em alto mar e que descansou, enfim, numa praia deserta sem lugar no mapa.

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