às vezes é mesmo assim. preciso de lembrar. será que alguma vez esqueci? e essas alturas levam-me invariavelmente até aquele velho baú. quando o abro ainda sinto o pó que as recordações guardam. mesmo as mais recentes.
antes não percebia. a urgência de procurar pequenos fragmentos de felicidade. agora entendo. o valor e a força das memórias que fizeram de mim aquilo que sou. e por isso não me envergonho de nada. nem dos momentos que me fizeram cair. foram eles que me tornaram mais forte quando recomecei a caminhada.
deixo-me ficar assim um pouco. revejo as cartas, os bilhetes, as pequenas notas, as fotografias. e olho mais uma vez. só tenho pena de não sentir os cheiros nem de ouvir as vozes desse tempo. de não ter gravado conversas e sorrisos. mas reconfortam-me os sentimentos. esses o tempo jamais esquece.
fecho o baú. e despeço-me até uma próxima vez.
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