Monday, February 19, 2007

Café com sabor a infância...

Perguntas-me se eu estou bem. E dizes, mais uma vez, que só tens pena que eu trabalhe tão longe (e o trânsito que deves apanhar!...). E eu, mais uma vez, te digo que Matosinhos não é assim tão longe e que quem corre por gosto não cansa.

No fundo sinto que não é a distância que te preocupa. É a velocidade com que a vida corre nas nossas veias. E o tempo que não perdoa.

Eu também lamento, minha querida, todas as vezes em que não encontrei uns minutinhos para te acariciar a face. Como eu gosto das tuas rugas.

E como me lembro, com saudade, do cafezinho que tinhas sempre ao lume. Fresquinho, dizias tu. E mesmo não apreciando muito o sabor, o que me sabia mesmo bem era poder encontrá-lo sempre que entrava em tua casa.

Agora quando entro em tua casa já não encontro o cafezinho. Mas encontro-te a ti, com um olhar de quem percebe que a vida passou rápido demais. E, se fechar os olhos, consigo ainda sentir o cheiro desse café com sabor a infância.

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