Thursday, January 31, 2008

Aquele era o tempo...

em que os teus cabelos voavam num sopro livre, deixando ao acaso a brisa que ousava neles tocar. o tempo em que os teus dedos de veludo me indicavam o caminho a seguir. em que os meus passos eram seguidos pelos teus, mesmo quando não havia estrada para percorrer. o tempo em que dançavamos sem música, e as nossas caras se tocavam mesmo a quilómetros de distância.

Monday, January 28, 2008

Mudanças e afins...

primeiro estranham-se,

depois entranham-se.

Wednesday, January 23, 2008

Então é assim...

há histórias que não terminam e se reconstroem na incerteza de que o amanhã será melhor. que ganham uma nova vida perante a vontade infinita de caminhar sem horizonte. que renascem com a verdade que só os sentimentos puros possuem. e que, por isso mesmo, não esperam mais do que aquilo que sentem (não será isso mesmo, a felicidade?)


há histórias que terminam, sem sequer começar. que se esgotam na urgência e na angústia do fim. que não esperam pelo dia seguinte, nem dão espaço para entrelinhas e silêncios. que não conhecem senão a chama da paixão que, inevitavelmente, se extingue. a chama que num instante se acende e no instante seguinte se apaga, deixando apenas cinza como lembrança.

Friday, January 18, 2008

E no entretanto...

inventei-me nas entrelinhas dos espaços em branco e do silêncio que tantas histórias guarda em si. permiti-me contemplar o tempo e o momento como se os visse pela primeira vez. embalei-me nas danças de corpos que se cruzam e chocam para descobrir o sentido da caminhada. fixei-me em olhares que não conhecia e fugi dos que me lembravam o que não queria. sentei-me à espera que o vento me levasse para bem longe e ele, ao passar por mim, parou e segredou-me ao ouvido:


encontra-te a ti mesma, e encontrarás a tua casa.

Saturday, January 12, 2008

Depois do ramo...

"Estranho como o sorriso de um bisturi.
Íntimo como um olho sem pálpebra aberto na nossa mão.
Deslumbrante como o rumor da passagem de um unicórnio.
Fiel como a súbita seda negra do medo.
Temível como o brilho da espada de fogo de um arcanjo.
Submisso como as ondas que rebentam contra a praia de um peito.
Devastador como a clareza de um olhar num espelho quebrado.
Inevitável como a ferida feita pela chuva num coração de pedra,
o amor chega um dia à nossa vida e nós não estamos."

Abelardo Linares (Trad. Joaquim Manuel Magalhães)


...E agora?...

Saturday, January 05, 2008

Lembrei-me hoje de ti...

... e do momento em que me deste aquele colar de pérolas brancas com o orgulho que só as avós têm, do alto da sua sabedoria:


"para ti, minha princezinha!"


eu arregalei os olhos, como ainda hoje faço quando a vida me apanha desprevenida, e agradeci com um sussurro. lembro-me que nunca tinha gostado tanto de um colar, como daquele. e embora não tivesse idade suficiente para o usar, senti-me a mais afortunada das meninas. afinal, há tesouros que resistem estoicamente à erosão do tempo. e esses, são os mais preciosos que podemos alguma vez guardar.

Thursday, January 03, 2008

O melhor do início do ano...

... é a esperança de que tudo será melhor :)